sexta-feira, 31 de março de 2017

6 dicas simples para começar a pensar em inglês

Rosangela Souza, sócia-diretora da Companhia de Idiomas, diz como automatizar o raciocínio na língua inglesa, sem precisar traduzir tudo para o português

Se nós somos brasileiros, moramos no Brasil e nos comunicamos na maior parte do tempo em português, qual a utilidade de pensar em inglês? 
Resposta: quando você pensa em inglês, não precisa traduzir para a nossa língua o que ouve ou lê, a fim de compreender a mensagem. Além de muito mais rápida, essa compreensão é mais fiel ao que o interlocutor quis dizer.
Mas como conquistar essa habilidade? Veja nestas 6 dicas:
1. Leia todos os dias uma notícia em inglês
Essa é para quem tem no mínimo nível intermediário. Comece por assuntos familiares, sobre os quais você já leu em português, para que você já saiba o contexto. Leia o artigo inteiro sem traduzir nada, mesmo que não compreenda algumas palavras. Depois de ler tudo, escolha três palavras desconhecidas e busque seu sentido num dicionário inglês-inglês. Registre no celular, no computador ou mesmo num caderninho as palavras e seus significados. Alguns sites que você pode consultar são os da BBC, do The New York Times ou Voice of America, por exemplo.
2. Pelo menos uma vez por semana, reveja um episódio da sua série favorita
Se você tem nível básico ou intermediário, coloque legenda em inglês. Se tem nível avançado, tente sem legenda. O objetivo é entender as falas sem pensar em português. Por isso é melhor algo que você já tenha assistido o material antes. Quando terminar, volte um pouco e anote três palavras novas, com os respectivos significados em inglês.
3. Converse em inglês
Todos nós temos um amigo, colega de trabalho ou parente que tem no mínimo nível intermediário. Combine com ele uma conversa de quinze minutos por semana, em inglês. O assunto da conversa não importa muito, mas peça que ele faça perguntas sobre o dia a dia. O objetivo aqui é desenvolver a prontidão em inglês: conseguir ouvi-lo e já responder, sem precisar traduzir nada. Você também pode fazer isso em aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp.
4. Aposte em aplicativosAplicativos para celular como o “Perguntados” ou o “Trivia Crack” podem ajudar a treinar o seu raciocínio automático em inglês. Você pode jogar com pessoas desconhecidas ou com seus amigos do Facebook que também falem ou estudem a língua. Como o jogo requer rapidez na resposta, não dá tempo de pensar em português. Outra dica é baixar o app Duolingo e fazer uma lição por dia. Não leva mais do que cinco minutos, é divertido e você vai adquirir a velocidade de pensar em inglês.
5. Em sua aula de inglês, só fale… inglês
Parece óbvio, mas há muitos alunos que fogem da comunicação no idioma estrangeiro, pedem a tradução de várias expressões para o professor, ou seja, não desgrudam do português nem na aula. Você precisa se expor, pois aprender um idioma é como aprender a dirigir ou a nadar: não adianta muito só saber as regras de cor. 
6. Veja palestras online
Outra dica é escolher alguns assuntos do seu interesse e assistir a palestras sobre eles no site do TED, por exemplo. Já que você gosta do tema, vai ser fácil adquirir o hábito. Se você conhece um pouco do assunto, melhor ainda, porque vai compreender mais facilmente. Não se esqueça de anotar as três palavras novas do dia.
O importante é criar o hábito de ter contato ativo com o idioma todos os dias. E tudo precisa ser divertido para você, ou então o novo hábito só durará uma semana.  Aos poucos, naturalmente, você vai pensar em inglês quando quiser.


Rosangela Souza é fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas e da ProfCerto. Também é professora de técnicas de comunicação, gestão de pessoas e estratégia no curso de Pós-Graduação ADM da Fundação Getulio Vargas. 

quinta-feira, 30 de março de 2017

Sebrae, Microsoft, CNI e IEL fazem parceria para o desenvolvimento de startups digitais de alto potencial

As instituições assinam um convênio de cooperação geral, válido por dois anos, para identificar sinergias, convergências de atuação, compartilhar conteúdos e desenvolver propostas conjuntas ao aprimoramento de políticas de inovação

O Sebrae vai unir forças com a Microsoft, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) para fortalecer o ecossistema empreendedor de inovação brasileiro, estimular o desenvolvimento de empresas iniciantes de base tecnológica (startups digitais) e empresas de alto potencial de crescimento (scale-ups).
As instituições assinam um convênio de cooperação geral, válido por dois anos, para identificar sinergias, convergências de atuação, compartilhar conteúdos e desenvolver propostas conjuntas ao aprimoramento de políticas de inovação e públicas em prol da consolidação desse segmento empresarial no país.
Juntas, as instituições vão promover a integração dos empreendedores iniciantes e das empresas inovadoras nas cadeias de grandes empreendimentos, elaborar estudos e eventos que contribuam para estimular a geração de modelos de negócios de potencial inovador ou que promovam a internacionalização das startups e scale-ups e promover o intercâmbio de informações no que diz respeito à promoção de cultura e práticas para acesso a recursos de capital de risco.
De acordo com o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, a evolução tecnológica tem possibilitado o surgimento de novos modelos e alternativas de negócios e as startups digitais aparecem como importantes motores do crescimento dessa nova economia. “Esse novo modelo é um dos responsáveis pela explosão do empreendedorismo no mundo e é preciso viabilizar uma grande rede centrada em inovação para estimular e potencializar novas conexões”, afirma. “O Sebrae é um dos conectores desse ecossistema e atende e acompanha cerca de 1,2 mil startups em todo o Brasil com ações de capacitação, inovação e mercado”, completa.
A Microsoft possui uma série de programas para dar suporte ao empreendedorismo no Brasil, como o Fundo BR Startups, que já captou R$ 22 milhões para investir em startups com faturamento entre R$ 120 mil e R$ 5 milhões, e o Instituto Innovaction, entidade sem fins lucrativos, que apoia a transformação de ideias inovadoras em empresas reais (startups). Por meio do acordo com o Sebrae, a empresa vai oferecer acesso gratuito a tecnologias com o programa Bizspark, que ajuda as startups a consolidarem as suas estruturas de TI, de modo que ganhem produtividade. Também irá colocar à disposição do Sebrae e da CNI estas duas iniciativas fomento ao ecossistema de empreendedorismo no Brasil (Fundo BR Startups e o Instituto InnovAction) para possibilitar a troca de experiências entre os profissionais de ambas as organizações.
O COO da Microsoft Participações, Franklin Luzes, explica que o grande desafio é fazer com que ideias inovadoras se tornem empresas de fato. “Queremos disseminar a cultura empreendedora e dar o suporte necessário para que bons projetos possam prosperar. Nossa expectativa com a parceria é ver nascer empreendimentos inovadores que desenvolvam soluções que enderecem problemas reais e que ganhem escala rapidamente”, afirma o COO da Microsoft Participações Franklin Luzes.
Neste ambiente, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) aparecem como importantes atores do ecossistema brasileiro de startups e têm trabalhado fortemente para estimular o crescimento dessas empresas por meio de eventos que possibilitem conexões de mercado e por apoio a Fundos de Investimento e Editais de Inovação voltados à transformação de ideias em negócios para a indústria. “A agenda de inovação é fundamental para o país e esta parceria potencializará os nossos esforços em melhorar o ambiente e a cultura de inovação nas empresas brasileiras”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Fonte http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/sebrae-microsoft-cni-e-iel-fazem-parceria-para-o-desenvolvimento-de-startups-digitais-de-alto-potencial/117883/

quarta-feira, 29 de março de 2017

Mercado Livre faz parceria com “Uber das entregas”

A startup Eu Entrego, criada há 5 meses, firmou a parceria com a empresa de marketplace para acelerar os envios feitos através da plataforma

São Paulo – A partir da parceria com uma startup, vendedores do Mercado Livre poderão contratar pessoas comuns para fazerem entregas.
A iniciativa é o passo mais recente da expansão da economia colaborativa, dessa vez para o comércio eletrônicoAssim como o Uber transformou o mercado de transportes, mesmo sem ter nenhuma frota, e o Airbnb revolucionou o setor de hotelaria sem possuir nenhum quarto, a startup Eu Entrego quer impulsionar a logística sem nenhum contrato com entregadores.
A startup, criada há 5 meses, firmou a parceria com a empresa de marketplace para acelerar os envios feitos através da plataforma, ao permitir que pessoas comuns se cadastrem como entregadores para levar os pacotes dos vendedores até uma agência dos Correios.
Ao fechar um negócio, ele pode escolher usar o serviço Mercado Envios, serviço de logística que conecta o vendedor a 9 transportadoras incluindo os Correios
Ele paga o frete pela plataforma e imprime uma etiqueta para colar no pacote. Depois disso, é só levar para a agência de Correios mais próxima.
É aí que reside o problema: por falta de tempo, preguiça ou indisponibilidade, muitos acabam adiando o envio, o que compromete o prazo de entrega e todo o sistema.
“É um gargalo de todo o comércio eletrônico, que bloqueava novas vendas de ocorrer”, afirmou o CEO e fundador do Eu Entrego, João Paulo Camargo.
Ao perceber esse obstáculo no comércio eletrônico e a expansão da economia colaborativa em todo o mundo, o empresário criou a startup para agilizar o processo de envios.
Por um preço de R$ 10 a R$ 40, o vendedor pode optar por contratar um entregador para levar sua encomenda até a agência dos Correios.
Cerca de 600 vendedores e 2.000 entregadores já estão cadastrados na rede, mas Camargo espera que o número cresça rapidamente depois da parceria com o Mercado Livre.
“Temos milhares de entregadores na fila de espera e vamos liberá-los à medida em que a demanda aumenta”, disse.
Para ser aprovado, o entregador passa por uma triagem rigorosa, em que a empresa avalia seus documentos, antecedente criminal e até comportamento nas redes sociais.
A empresa também contratou um seguro, para estar protegida de qualquer problema.

Mercado bem livre, mesmo

A statup Eu Entrego desenvolveu o aplicativo com base no próprio sistema do Mercado Livre, que usa uma plataforma aberta.
Desde 2012, alguns sistemas da companhia estão abertos e disponíveis para qualquer desenvolvedor criar programas complementares ao ecossistema do comércio eletrônico.
“Queremos que desenvolvedores criem aplicações para vender ou negociar melhor no nosso site”, disse Nicolas Coniglio, gerente de Integrações do Mercado Livre.
Já são mais de 6.000 desenvolvedores e novas possibilidades com os sistemas da companhia de marketplace. A empresa certificou a qualidade de 100 parceiros, dos quais 60 estão no Brasil.
Esse é o caso da Eu Entrego, que foi a primeira empresa homologada no segmento de logística de envios.
“Eles inventam serviços novos que nós mesmos nunca faríamos e ampliam as possibilidades do nosso sistema”, afirmou Coniglio.
Fonte http://exame.abril.com.br/negocios/mercado-livre-faz-parceria-com-uber-das-entregas/

terça-feira, 28 de março de 2017

Terceirização: reforma necessária ou precarização do trabalho?

Para defensores, é um marco da modernização trabalhista no Brasil. Para críticos, é o começo do fim da CLT

São Paulo – A Câmara dos Deputados aprovou ontem uma lei que amplia as possibilidades de trabalho temporário e permite a terceirização irrestrita.
Para defensores, é um marco da modernização trabalhista no Brasil. Para críticos, é o começo do fim da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
A principal mudança é o fim da distinção entre atividade-meio e atividade-fim. Até hoje, uma súmula do Tribunal Superior do Trabalho (TST) definia que as empresas só podiam terceirizar funções de apoio, como segurança e limpeza. Se a lei for sancionada, elas decidem o que terceirizar.
“O mundo mudou: a empresa vencedora no século passado era a vertical, que trazia tudo para dentro. Hoje a empresa vencedora é horizontal, que se insere em cadeias produtivas ou sabe criá-las”, diz Hélio Zylberstajn, professor da FEA-USP.
Um estudo da consultoria Deloitte com a CNI (Confederação Nacional da Indústria) com 17 países selecionados verificou que nenhum faz esse tipo de distinção. As entidades empresariais brasileiras são unânimes no apoio à medida.
“O projeto aprovado traz segurança jurídica às relações trabalhistas e poderá evitar discussões judiciais. Além disso, poderá estimular contratações”, diz nota da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
O potencial da reforma de leis trabalhistas para gerar empregos também foi apontado recentemente pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. O país tem quase 13 milhões de desempregados.
Precarização, rotatividade e informalidade
Outros especialistas temem que a mudança cause uma precarização das relações de trabalho.
“A terceirização incide com mais intensidade sobre os setores historicamente discriminados: mulheres, negros e jovens. Um modelo de flexibilização plena os torna ainda mais vulneráveis do que já são”, diz Marcelo Paixão, economista licenciado da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) atualmente na Universidade de Austin, no Texas.
Segundo números da Central Única de Trabalhadores (CUT), os terceirizados ganham menos, trabalham mais, ficam menos tempo nos empregos e estão mais sujeitos a acidentes de trabalho.
Mas segundo Zylberstajn, essa diferença é fruto da própria distinção atual entre quem pode e não pode ser terceirizado. Na medida em que a terceirização chegar a setores mais nobres, a média vai mudar.
O mesmo debate é se a terceirização pode agravar a rotatividade do trabalhador brasileiro, que já é alta pelo padrão internacional, ou desincentivar a formalização, que crescia intensamente antes da crise.
“Qualquer processo duradouro de ganhos de produtividade exige relações duradouras de trabalho entre os trabalhadores e a empresa. Se ela não tem vínculos duradouros, ela se sente menos estimulado ao treinamento. É um tiro no pé. Estimula as empresas a contratos instáveis e temporários”, diz Paixão.
Para Hélio, não há nada inerente à terceirização que estimule a informalidade ou rotatividade:
“Não foi revogada a CLT. Terceirizado também tem carteira assinada. O tipo de terceirização que se chama de intermediação de mão de obra é uma fraude que continua proibida.”
Dois projetos
O projeto aprovado ontem é de 1998. Ele é bem mais curto e menos detalhado do que outro discutido em 2015, e que agora voltará à pauta segundo o presidente do Senado, Eunício Oliveira.
Caso os dois sejam aprovados, o presidente Michel Temer pode fazer uma combinação de sanções e vetos específicos.
O projeto de 2015 proibia que a empresa contratasse como terceirizado um funcionário que trabalhou nela como CLT nos últimos 12 meses.
Essa restrição não consta na lei aprovada ontem e alguns apontam para o risco de “pejotização”, com perda de arrecadação para o governo e prejuízo sobre a contribuição previdenciária.
Os chamados Empreendedores Individuais contribuem apenas 5% sobre o salário para a Previdência, sem contrapartida do empregador.
Outra diferença é que o projeto de 2015 obrigava o recolhimento antecipado de FGTS e INSS e a retenção dos valores. Não há essa exigência no novo texto, o que para alguns aumenta o risco de calote.
O projeto de 2015 também garante aos terceirizados dos mesmos serviços de alimentação, transporte e atendimento médico dos contratados diretamente, algo que não consta no projeto aprovado ontem.
Fonte http://exame.abril.com.br/economia/terceirizacao-reforma-necessaria-ou-precarizacao-do-trabalho/

segunda-feira, 27 de março de 2017

40% dos condutores já fizeram zigue-zague na estrada por dirigir com sono, aponta pesquisa

De 495 entrevistados, 86,6% se sentiram sonolentos enquanto trafegavam nas rodovias
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Dormir dirigindo é mais comum do que parece. É o que diz uma pesquisa realizada pela Academia Brasileira de Neurologia (ABN). De todos os 495 entrevistados, 86,6% já sentiram sono enquanto dirigiam nas rodovias, e desses, 40% assumem que fizeram zigue-zague com o carro por causa disso e outros 23,4% relataram que chegaram a sair da pista sem perceber.
O assunto é tema central de uma ação que será promovida em pedágios e em pontos de parada e descanso.
A maioria afirmou que procura dormir entre sete e oito horas por dia, porém, descansa somente por quatro a seis horas. A insônia foi o distúrbio do sono mais apontado.
Além disso, um dos transtornos do sono mais frequente é a apneia obstrutiva do sono (AOS), e na prática, condutores com esse distúrbio apresentam risco até sete vezes maior de acidentes. A pessoa relaxa a garganta durante o sono de forma a interromper a passagem de ar para os pulmões. Sendo assim, é necessário que o indivíduo acorde brevemente para respirar melhor, voltando a dormir em poucos segundos, o que pode se repetir mais de 60 vezes por hora, levando à fragmentação do sono.

domingo, 26 de março de 2017

Veteranos: a nova fronteira da diversidade

Como criar políticas para atrair e reter os melhores veteranos, tal qual as empresas têm feito nos últimos anos para conquistar os jovens profissionais superconectados?

As empresas têm de encarar rapidamente um fato: o mundo está envelhecendo. | <i>Crédito: Pexels
As empresas têm de encarar rapidamente um fato: o mundo está envelhecendo. | Crédito: Pexels
Com ou sem reforma da previdência, uma coisa é possível prever: vamos trabalhar mais anos. Graças ao aumento da longevidade, melhor qualidade de vida, e um setor de serviços mais pulsante na geração de empregos, um profissional com mais de 60 anos reúne não apenas uma experiência valiosa, mas também energia de sobra para exercer em plenitude suas atividades profissionais. 
 
Esse novo momento impõe novos desafios para as empresas. Como seguir desenvolvendo e atualizando esses talentos por mais tempo? Como criar políticas para atrair e reter os melhores veteranos, tal qual as empresas têm feito nos últimos anos para conquistar os jovens profissionais superconectados - a chamada geração Y? 
 
Não é difícil, atualmente, encontrar pufes, paredes coloridas, mesa de bilhar, e jovens gestores, em escritórios com poucos ou nenhum profissional mais velho. Quem perde com isso? Todos. Os mais jovens que não aprendem com os veteranos. Os veteranos rejeitados pelo mercado. E claro, as empresas que não entenderam ainda que diversidade é um conceito chave para o seu crescimento. Para ter melhores resultados é preciso ter visões abrangentes, competências múltiplas e contribuições de talentos de todas as idades, gêneros e nacionalidades. 
 
As empresas têm de encarar rapidamente um fato: o mundo está envelhecendo. De acordo com projeções da Organização Mundial de Saúde (OMS), até o ano de 2025, o número de pessoas a partir dos 60 anos deverá aumentar em 15 vezes, enquanto a população total, em apenas cinco. Nesse cenário, terão sucesso as empresas que souberem aproveitar ao máximo o potencial e conhecimento que os veteranos trazem às empresas. 
 
Abrir as portas para profissionais mais velhos e mantê-los no quadro de funcionários traz dois desafios para as empresas. O primeiro é desenvolver novas habilidades como a digitalização, nos “não nativos digitais”. O segundo é cultural: transformar conflitos geracionais em encontros. 

Aqui na Henkel buscamos endereçar as duas questões com o programa “Mentoria Reversa”, no qual são formadas duplas em que um profissional mais jovem ensina digitalização para outro mais experiente. O projeto implementado em 17 países, incluindo o Brasil, mata dois coelhos numa cajadada só. Primeiro é desenvolvimento de competências e digitalização. Em segundo lugar, criamos pontes onde haviam muros culturais. Hierarquias são flexibilizadas e todos aprendem que sempre há o que aprender, não importa se você é o estagiário ou o CEO da companhia. 
 
Uma empresa familiar com 140 anos sabe muito bem que conhecimento e valores são passados de geração para geração. Agora, estamos aprendendo que o saber é transversal e o importante é aprender sempre e com todos. 
 
*Este artigo é de autoria de Valeria Gladsztein, Diretora de Recursos Humanos da Henkel para América do Sul, e não representa necessariamente a opinião da revista

Fonte http://vocerh.uol.com.br/noticias/legislacao/veteranos-a-nova-fronteira-da-diversidade.phtml#.WNVr2W_ysdU

sábado, 25 de março de 2017

As interferências do WhatsApp nas relações de trabalho

O cuidado com o uso das redes sociais, sobretudo do WhatsApp, vai muito além da possibilidade de receber penalidades



WhatsApp: Há situações em que o uso do aplicativo é permitido como ferramenta para o trabalho, normalmente útil aqueles que desempenham funções externas | <i>Crédito: Pexels
WhatsApp: Há situações em que o uso do aplicativo é permitido como ferramenta para o trabalho, normalmente útil aqueles que desempenham funções externas | Crédito: Pexels



























O aplicativo WhatsApp tornou-se verdadeira ferramenta de comunicação entre os brasileiros. A facilidade em troca de mensagens instantâneas, com agilidade e eficiência fizeram com que o aplicativo alcançasse milhões de adeptos. E na dinâmica das relações de trabalho não poderia ser diferente.

Empregados e empregadores utilizam-se da ferramenta constantemente. Contudo, importante destacar a necessidade de cautela com o uso do aplicativo. A força que o WhatsApp detém pode causar sérios transtornos às empresas e aos trabalhadores.

Há situações em que o uso do aplicativo é permitido como ferramenta para o trabalho, normalmente útil aqueles que desempenham funções externas. Nestes casos, o empregado deve estar atento à obrigação de guardar sigilo sobre as informações profissionais, bem como em relação à conduta para com os clientes e colegas de trabalho. Além disto, o uso deve restringir-se apenas para o trabalho, não devendo ser utilizado para questões particulares. Já os empregadores não poderão exigir que o funcionário possua aparelho exatamente compatível com o uso do aplicativo, uma vez que as ferramentas de trabalho devem ser fornecidas pela empresa. 

Em outros casos, parte das empresas tem aderido à vedação da utilização de meios eletrônicos durante o expediente de trabalho, principalmente celulares, visando evitar o acesso às redes sociais. Muitas acreditam que permitir o acesso ao aplicativo pode reduzir a produtividade dos colaboradores ou, em certos casos, causar acidentes de trabalho. 

Em razão disso, os Regimentos Internos das empresas têm sido alterados para prever expressamente a proibição. Assim sendo, se o empregado utiliza das redes sociais no período em que deveria estar efetivamente trabalhando, poderá ser advertido, suspenso e se, reiterada a conduta, até mesmo dispensado por justa causa.

Além disto, o cuidado com o uso das redes sociais, sobretudo do WhatsApp, vai muito além da possibilidade de receber penalidades. A Justiça do Trabalho já tem se utilizado de mensagens do aplicativo para condenar empregados a indenizar a empresa por eventual propagação de notícias que prejudiquem a imagem do empregador ou violem o sigilo de informações confidenciais e estratégicas. Do mesmo modo, referidas mensagens podem contribuir para uma manutenção de dispensa por justa causa.

Para os empregadores, vale a recomendação de zelo nas conversas trocadas por superiores hierárquicos com os subordinados, haja vista poderem ser utilizadas em demandas judicias, valendo como importante meio de prova. Assim, conversas e solicitações fora do expediente de trabalho podem caracterizar horas em sobreaviso do empregado ou até mesmo horas extras. 

Ademais, há que se ter cautela com o teor das mensagens, a fim de evitar a exposição dos empregados, evitando causar assédio, para minimizar o risco de caracterizar a configuração do dever de indenização por danos morais.

Vale dizer que o regramento referente à proibição de utilização das redes sociais ou dos próprios aparelhos eletrônicos deve estar expressamente previsto em normas internas, preferencialmente no Regimento Interno. É uma forma de resguardar a transparência na relação empregador-empregado e evitar questionamentos futuros.

A utilização do aplicativo pode ser muito benéfica ao ambiente laboral, visto ser um facilitador na comunicação, sempre tão criticada pelos colaboradores em muitas empresas. Todavia, necessário sempre examinar as regras impostas pela empresa, a fim de se verificar a permissão para utilização e a possibilidade de limitação ao uso profissional. Desta forma, com equilíbrio e clareza, as interferências do WhatsApp serão muito mais positivas nas relações de trabalho. 

*Este artigo é de autoria de Bianca Dias de Andrade, coordenadora da área corporativa do escritório Andrade Silva Advogados, e não representa necessariamente a opinião da revista

Fonte http://vocerh.uol.com.br/noticias/legislacao/as-interferencias-do-whatsapp-nas-relacoes-de-trabalho.phtml#.WNVs3m_ysdU

sexta-feira, 24 de março de 2017

O que o compliance tem a ver com a reputação das empresas?

Investir em programas de compliance hoje significa garantir uma espécie de “selo de ética”

O compliance assegura às empresas um incremento ao que podemos chamar de “benefício reputacional” | <i>Crédito: Pexels
O compliance assegura às empresas um incremento ao que podemos chamar de “benefício reputacional” | Crédito: Pexels


























Em tempos de avalanche de escândalos de corrupção de um lado e de movimentos e legislação anticorrupção de outro, a palavra compliance tem ganhado cada vez mais visibilidade no país, notadamente dentro das instituições públicas e privadas que buscam manter uma boa imagem e reputação inquestionável perante seus funcionários, stakeholders e potenciais parceiros de negócios. A explicação para o crescente investimento das empresas em programas efetivos de compliance é simples, e pode ser resumida em três palavras: confiança, credibilidade e diferencial.

Investir em programas de compliance hoje significa garantir uma espécie de “selo de ética”. As corporações que estão alinhadas com esse novo pensamento acabam por ter certa vantagem sobre outras, justamente porque o compliance assegura a elas um incremento ao que podemos chamar de “benefício reputacional”. Em resumo, é mais seguro trabalhar – diretamente ou por meio do fornecimento de produtos e serviços e parcerias, entre outros – com empresas que tenham compromisso com a ética e a lei, cujo corpo de funcionários e dirigentes compreenda a importância de cumprir as normas e combater atos ilícitos e ilegais.

A exemplo do que já ocorre há alguns anos com as empresas americanas e britânicas – que estão sujeitas a leis específicas antissuborno, o Foreign Corrupt Practices Act (FCPA) e o UK Bribery Act, respectivamente –, as instituições brasileiras, para alavancarem seus negócios dentro e fora do país, devem seguir rigorosamente as previsões da legislação atual. Caso contrário, correm o risco de terem suas imagens e reputações deterioradas, bem como de serem esquecidas, ou, em um cenário pior, de serem lembradas por atos de corrupção, fraudes e irregularidades graves.

Com o advento, no Brasil, da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013) e do Decreto Regulamentador nº 8.420/2015 – que passaram a prever a responsabilização das empresas de forma objetiva pela prática de atos lesivos à Administração Pública –, governos, multinacionais e grandes corporações têm passado a exigir o selo de ética do compliance para firmar parcerias com as empresas brasileiras. Esse diferencial também adquire relevância diante da necessidade de comprovação da aplicação de mecanismos de controle interno exigida por algumas estatais, como o BNDES, para a concessão de financiamentos.

Na seara financeira, sabe-se que aproximadamente 6% do faturamento bruto anual das empresas privadas são perdidos em virtude de fraudes e irregularidades internas. Esse cenário pode ser revertido com a adoção de um programa efetivo de compliance, que, ao estabelecer políticas e normas claras em prol de uma cultura de integridade, passa a exigir de toda a equipe da instituição a obrigação de se compreender o que é permitido e o que não é. Os funcionários e dirigentes acabam por zelar pelo seu trabalho, incorporando práticas honestas e éticas e contribuindo para avanços na gestão, prevenção de fraudes e irregularidades, economia interna e o consequente sucesso corporativo.

Implementar programas de compliance hoje é mais do que um requisito para se firmar no mercado, por isso, diversas facilidades estão sendo oferecidas às instituições que buscam ter o esse selo de ética. Empresas especializadas na área já oferecem cursos on-line para treinamento de funcionários, prestadores de serviço e dirigentes de corporações, bem como para formação de compliance officer. Em diversos casos, não é preciso investir muito dinheiro para possuir tal diferencial.

Não é mais aceitável trabalhar com instituições que não invistam em ações internas de promoção da cultura de integridade, de ataque a práticas fraudulentas e ilegais e de valorização da imagem empresarial. Agir em sintonia com a lei e com as normas institucionais se tornou regra nos dias de hoje. É por isso que o compliance tem tudo a ver com a reputação das empresas.

*Este artigo é de autoria de Anne Prudêncio, advogada especialista em compliance e sócia da ComplianceNet, e não representa necessariamente a opinião da revista.

Fonte http://vocerh.uol.com.br/noticias/legislacao/o-que-o-compliance-tem-a-ver-com-a-reputacao-das-empresas.phtml#.WNVQjm_ysdU