sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Estamos entrando na era do “neurogerenciamento”?

neurogerenciamento-contratacao
Durante anos, os cientistas comportamentais têm-nos dito que eles têm muito a contribuir para a teoria da decisão e administração.
O trabalho eles é mais aplicável aos negócios, e no entanto, foi muitas vezes ofuscado pelos economistas. Mas, na medida em que os pressupostos de comportamento racional e “informação perfeita” que formam a base da maior parte do trabalho na economia com relação aos mercados entraram em questão, a ciência comportamental, que, não se baseia em tais pressupostos, ganhou ascendência.
No começo, as contribuições da ciência comportamental foram baseadas em testes de laboratório, muitos deles envolvendo estudantes universitários. Eles ajudaram a descrever as inclinações de preferência. (pelo menos entre aqueles sendo testados). Por exemplo, aprendemos que as pessoas tendem a desvalorizar retornos de longo prazo em relação aos ganhos de curto prazo. Eles tendem a não comprar e vender de acordo com as regras de autoestabelecidas.
Uma pessoa disposta a pagar até R$ 200 por um ingresso para um evento esportivo não está, uma vez que ele o possui, disposto a vendê-lo por qualquer preço acima de R$ 200 – e isso vai contra o que os economistas poderiam prever.
A Ciência comportamental considera este um comportamento perfeitamente razoável, explicado pelo o que eles chamam de “efeito de doação”. É um dos muitos comportamentos que ajudam a explicar por que os mercados não são sempre “racionais”, por que eles não podem ser um reflexo da informação perfeita, já que diversas variáveis influenciam o comportamento das pessoas.
“Podemos começar a aprender que partes do cérebro regulam o modo como nos sentimos, como reagimos aos estímulos, e como reagimos aos desafios”
A tecnologia de escaneamento cerebral acrescenta uma nova dimensão a este trabalho. Ela forneceu alimento para livros sobre uma variedade de assuntos, os quais dependem em algum grau na reação do cérebro a estímulos.
Com a introdução de vários estímulos durante o escaneamento do cérebro de uma pessoa, podemos começar a aprender quais partes governam como nos sentimos, como reagimos aos estímulos, e como reagimos aos desafios.
Um estudo recente em “adultos de meia-idade do nordeste americano” levanta questões sobre se estamos a entrar na fase se poderia chamar de “era do neurogerenciamento”.
Nele, um grupo de pesquisadores afirma ter descoberto que a estrutura do cérebro e da densidade de células no córtex parietal posterior direito, está associada à vontade de assumir riscos. Eles descobriram que os participantes com maior volume de massa cinzenta na região apresentaram menor aversão ao risco. Os resultados “identificaram o que pode ser considerado o primeiro biomarcador estável para a atitude de risco financeiro”, segundo os autores.
O estudo é um primo distante de outro, feito por aqueles que localizaram o lado do cérebro associado com a criatividade e a parte do cérebro que é estimulada, por exemplo, por jogos de azar ou música. Supondo que: (1) haverá mais esforços de pesquisa que combinam os resultados de varreduras do cérebro com exercícios comportamentais, e (2) as conclusões provem ser mais válidas do que, digamos, aquelas associadas com a frenologia, isto levanta algumas questões interessantes sobre o futuro.
É possível que organizações selecionando e contratando talentos possam, no futuro, exigir uma varredura do cérebro, assim como algumas exigem testes psicológicos hoje?
A contratação com base na estrutura do cérebro é muito diferente da contratação, por exemplo, com base na altura ou outras características necessárias para executar certas tarefas? Ou será que levantam muitas questões éticas? Por exemplo, quem será o proprietário dos dados? Como é que vai isto ser usado? Como podemos aplicar os resultados?
Será que estamos entrando realmente na época do neurogerenciamento? O que você acha?
Autor: James Heskett
Fonte http://recursosehumanos.com.br/artigo/neurogerenciamento-contratacao/?utm_source=Rede+O+Gerente&utm_campaign=753c0646ab-Recursos_E_Humanos_02_12_2014&utm_medium=email&utm_term=0_651183821a-753c0646ab-106172596

Nenhum comentário:

Postar um comentário