quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Você pula ou salta?

desempenho-pessoal-metas
Algumas vezes acontecem coisas na nossa vida que nos pegam de surpresa.
Coincidência ou não, há pouco tempo, duas coisas me aconteceram e que me fizeram pensar bastante.
A primeira foi a pergunta que a consultora Helena di Mila me fez e que dá o título a este texto. Tal pergunta me foi feita de supetão e fora de qualquer contexto. E, surpreso, consegui lhe dar a resposta que me veio à cabeça:
- Existe diferença entre pular e saltar?
E ela, enfática, me disse que sim. E, ainda mais, me disse que se eu não soubesse a diferença, que eu procurasse no dicionário.
Buscando a resposta, encontrei:
  • pular – dar pulos, saltar: crescer, desenvolver-se rapidamente;
  • saltar – atirar-se de um lugar para outro, lançar-se, mudar repentinamente de posição.
Voltei a falar com ela sobre isso e, então, me disse que, segundo sua percepção, a diferença estava no fato de que, ao pular, você não sai do lugar, isto é, você pula e volta ao mesmo ponto. Já, ao saltar, você sai de um ponto para “aterrissar” em outro ponto.
Procurei, então, mentalmente, imagens que me traduzissem o seu ponto de vista. E as encontrei em:
a – pular corda. Você parte de um ponto e volta ao mesmo ponto (Quem sabe isto justifique o termo pular, já que não existe saltar corda); e,
b – salto em altura, em extensão ou com vara. Modalidades doa atletismo onde você sai de um ponto, ultrapassa o sarrafo ou um espaço e chega a outro ponto. (Talvez aqui também caiba a justificativa de não existir pulo em altura, pulo em extensão ou pulo com vara).
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A segunda coisa que “mexeu com os meus neurônios” veio da ideia do professor Cláudio Queiroz, quando ele relaciona desempenho pessoal em função do tempo.
Afirma o professor que todos nós temos sempre a vontade de nos desenvolver e mudar para melhor a fim de atingir novas metas e novos objetivos de vida, o que ele resume no gráfico abaixo.
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Ele acredita que para se sair do patamar atual para o patamar desejado existe um espaço denominado estado de transição (ou vale do desespero), onde a pessoa percebe que, para atingir o nível mais elevado, ela tem a necessidade de se preparar para que o objetivo seja alcançado. E isto ele traduz no gráfico abaixo.
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Ao analisar este gráfico, me veio à mente as definições citadas.
Em primeiro lugar, quando queremos mudar algo em nossas vidas, devemos ter a consciência que vamos saltar (ir para outro nível, outro patamar) e não apenas pular (voltar ao ponto de partida), à semelhança do salto quântico, quando um elétron salta de uma órbita a outra de forma descontínua.
Em segundo lugar, nas definições também aparecem as palavras rapidamente e repentinamente, palavras estas que não se “encaixam” no gráfico acima visto que, para irmos de um nível a outro, existe um espaço de tempo (estado de transição) para que se busque tudo aquilo que nos falta para atingir o estado desejado, o patamar mais alto.
Em resumo, toda mudança que se queira implantar em qualquer área da nossa Vida vai exigir um tempo de preparação. Mudanças para melhor não acontecem nem rápida e nem repentinamente.
Entretanto, parece que as pessoas mais jovens não se dão conta disso. Querem tudo para ontem ou anteontem, de forma muito rápida. Quantos jovens você conhece que, ao terminar um programa de trainee querem se tornar diretores ou presidentes da empresa nos próximos dois anos?

Estado de transição e a teoria do U

Peço agora, caro leitor ou cara leitora, que reveja o gráfico anterior e ponha sua atenção no “estado de transição”.
São duas linhas que formam a letra V, o que pode indicar que se precisa chegar ao “fundo do poço” para, depois, preparar-se para retornar seu caminho e atingir o nível superior.
Este desenho e sua descrição me fizeram lembrar a teoria do U, teoria esta desenvolvida por C. Otto Scharmer e descrita no livro Teoria U – Como liderar pela percepção e realização do futuro emergente (Ed. Campus). Embora desenvolvida para ser aplicada ao mundo dos negócios, ela também pode ser aplicada ao desenvolvimento pessoal.
A figura do U nada mais é do que a trajetória de um corpo quando mergulha em uma piscina. Ele entra na água de cabeça; dentro da água muda sua trajetória descendente para ascendente e, finalmente emerge.
Na teoria do U acontece exatamente o mesmo, um movimento dinâmico em três fases e que se relacionam diretamente com processos de mudança.
Na primeira fase a pessoa “mergulha” dentro de si mesma onde procura ter uma compreensão maior de seus modelos mentais com relação àquilo que ela pretende mudar. Esta fase representa o “sentir” (o lado esquerdo do U).
Na segunda fase (o “fundo” do U) ela adquire maior conhecimento sobre si mesma e sobre a futura realidade (mudança) e como inicia-la. Através de um aprendizado constante, ela vai buscar as técnicas e ferramentas para construir um futuro melhor. Esta fase representa o “presenciar”.
Na terceira fase (emersão, o lado direito do U) ela põe em prática tudo aquilo que a fará atingir o nível mais alto: ela passa a atuar de forma diferenciada e específica para consolidar a mudança desejada e atingir o objetivo ao qual se propôs. Esta fase representa o “realizar”.
Acredito que a figura d U traduz de formas muito mais dinâmica este processo, quando comparada à figura do V.
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Assim, o gráfico anterior pode ser reescrito da seguinte forma
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Finalizando este texto, gostaria, agora, que você voltasse à pergunta do título: você pula ou salta? Avalie como você está se saindo frente às mudanças que estão sempre ocorrendo. Como você tem se preparado para seguir vivendo em um mundo inconstante e imprevisível?
A única coisa que posso lhe dizer é que se você não pula e nem salta, você, literalmente, dança.
Fonte http://favaconsulting.com.br/desempenho-pessoal-metas/?utm_source=Rede+O+Gerente&utm_campaign=e44e2c4f5e-Fava_Consulting_08_08_2014&utm_medium=email&utm_term=0_651183821a-e44e2c4f5e-106172596

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