quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Condomínio logístico mantém concentração na Região Sudeste


A área disponível em condomínios logísticos cresce a passos largos no País, mas com forte concentração na Região Sudeste, mostra pesquisa do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) A área disponível em condomínios logísticos cresce a passos largos no País, mas com forte concentração na Região Sudeste, mostra pesquisa do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). 

Segundo o estudo comandado por Paulo Fleury, diretor do Ilos, a área desses condomínios cresceu 30% ao ano entre 2009 e 2011, saltando de 3,4 milhões de metros quadrados para 5,7 milhões. 

A previsão é chegar a 17 milhões de metros quadrados em 2016. Apesar do crescimento, a concentração regional é enorme. O sudeste, com destaque para São Paulo, ficou com 4,782 milhões de metros quadrados em 2011, ou 83,9%. Para Fleury, a demanda por condomínios logísticos é forte e a expansão da oferta, apesar de acelerada, não dá conta. Embora o crescimento da área de condomínios na Região Nordeste tenha sido a mais acelerada de 2011 para o primeiro trimestre deste ano – 39% ao trimestre, em média -, sem política de planejamento do governo, a tendência é a expansão manter a concentração.

“O governo nem sabe desse crescimento e acha que isso não é logística”, criticou Fleury, em palestra no XVIII Fórum Internacional de Logística, promovido pelo Ilos e que vai até quarta-feira, no Rio de Janeiro. 

A ausência dos condomínios no pacote de concessões seria sinal desse descaso. Na avaliação do especialista, o governo poderia associar ao plano de concessões de rodovias e ferrovias uma política de incentivo aos condomínios logísticos. 

A difusão desse modelo de operação, em substituição aos antigos armazéns, começou no País há cerca de 15 anos, mas ainda está em curso. 

A falta de estrutura de armazenagem é um dos gargalos logísticos do País, resultando na elevação de custos. Vantagens fiscais e financiamentos subsidiados poderiam incentivar a instalação de condomínios de acordo com a expansão das malhas rodoviária e ferroviária. 

Fora isso, os condomínios logísticos poderiam ser uma solução ao problema da falta de estrutura para o transporte adequar-se à lei que recentemente regulamentou a atividade dos motoristas de caminhão – obrigando-os a, por exemplo, parar a cada quatro horas para descanso- e gerou protestos de caminhoneiros autônomos. 

Do lado do mercado privado, o crescimento mais veloz da demanda frente a oferta de infraestrutura eleva os preços, segundo o estudo do Ilos. 

O valor médio do aluguel em condomínio logístico ficou em R$ 19,30 ao mês por metro quadrado no primeiro trimestre do ano, contra R$ 16,60 no fim de 2009. 

Os valores mais caros estão onde a demanda é maior: em São Paulo e Rio o valor pode chegar a R$ 30,00. Em termos mundiais, o aluguel médio de R$ 23,58 ao mês pelo metro quadrado de São Paulo fica em quarto lugar numa lista encabeçada pelos condomínios logísticos de Tóquio, com R$ 36,83. Nada indica, no entanto, que essa trajetória se reverterá.

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