sábado, 31 de março de 2012

A TI não deve se tornar um vício

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Você tem computador em casa?
Há 20 anos, quando fiz meu primeiro curso de informática, ter um computador em casa era privilégio de poucos que desejavam, além de desenvolver suas habilidades em informática, tirar melhor proveito de uma tecnologia que possibilitava fazer currículos mais elaborados do que a máquina de escrever eletrônica, criar bancos de dados pessoais, fazer contas em tabelas para orçamentos, e se divertir com jogos eletrônicos que ainda estavam muito aquém das máquinas de fliperama, entre outros recursos.
As empresas já deparavam com a implementação do algoritmo desenvolvido pela APICS para planejamento das necessidades de materiais, o MRP, que viria culminar, no final da década de 1980, nos conhecidos sistemas corporativos integrados (ERP, “enterprise resouces planning”).
O retorno do investimento em tecnologia, que na época se pregava como uma tendência irreversível, era viabilizado principalmente pelo fato do profissional não ficar fora do mercado competitivo. Esse argumento também foi e continua a ser utilizado até hoje para viabilizar, em casa ou nas empresas, investimentos em tecnologia da informação (TI).
Porém, em 20 anos, o que acontece nesta área é uma verdadeira “avalanche” de softwares, hardwares, conceitos e sistemas que invadiram o mercado, a partir da identificação de necessidades não bem atendidas pelos processos tradicionais.
Todo esse processo de evolução contribuiu para a criação de uma cultura voltada à tecnologia, fazendo com que muitas pessoas perdessem a razão pela qual se deveria investir em TI. A sensação de modernidade, num espírito de contemporaneidade, encantava algumas pessoas. Porém o efeito desse encantamento assemelhava-se ao que uma droga provoca: dependência, desejo, vício! O vício pela tecnologia tem diferentes implicações, dependendo do envolvimento que o “viciado” tem com ela.
Um vendedor “viciado” não mede esforços para demonstrar as características e vantagens da solução de tecnologia e deixa, muitas vezes, de explorar os reais benefícios que aquele software ou hardware traria para a empresa. Um comprador “viciado” faz de tudo para convencer os profissionais da empresa onde trabalha que a tecnologia veio para ficar, aumentando os níveis de qualidade e produtividade.
Neste cenário, após vários anos, como mediador/facilitador destes investimentos em TI, posso dizer que está cada vez mais difícil encontrar profissionais e empresas lúcidas no que diz respeito aos benefícios que a TI pode trazer no curto, médio e longo prazos.
O que se pode identificar é que 80% das empresas adotam uma estratégia de seguidora, ou seja, “deixam os outros fazerem primeiro para só depois fazerem”. Apenas 20% das empresas se preocupam em analisar quantitativa e qualitativamente os investimentos em TI e seus reais benefícios – são essas as empresas que deverão ser seguidas no longo prazo.
Assim sendo, invista no planejamento na aquisição de ferramentas de TI, pois somente dessa forma será reduzido o risco de escolher uma opção com base no vício e que pode culminar em grandes prejuízos.
Eduardo Banzato é presidente do Instituto IMAM. É autor de diversos livros e instrutor de cursos relacionados à área de logística.
Fonte: http://www.imam.com.br/imam/artigos/a-ti-nao-deve-se-tornar-um-vicio

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