terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Tendências e oportunidades para 2012 - Parte I




O CAPITAL E O EMPREENDEDOR: MAIS AMIGOS DO QUE NUNCA

Sérgio Risola
Diretor executivo do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec)

O ano de 2011 termina com saldo positivo, pois foi um bom momento para os empreendedores. É a hora certa de investir no Brasil, como apontou em novembro a revista americana de economia Barron’s, do grupo Dow Jones. É fato: o universo dos empreendedores é a bola da vez e o Brasil precisa estar preparado para os investimentos que estão vindo por aí.

Isso significa ter as instituições adequadas, com gestores capacitados para receber e orientar startups, o plano de negócio bem feito e o pitch afiado para conquistar o investidor. Os desafios são muitos para 2012, mas é possível elencar alguns aspectos fundamentais para que as startups cresçam e o país melhore sua posição no indicador global de inovação.

As incubadoras devem se enxergar como a ponte entre o empreendedor e o investidor. É nelas que o empreendedor aprende a formatar sua ideia, que a torna viável e vendável, para que, quando pronta, seja atrativa para o investimento.

Para as incubadoras brasileiras, 2012 começa com o desafio da implantação do Modelo Cerne, uma certificação semelhante à norma ISO 9000 adotada nas empresas. Algumas incubadoras serão denominadas pelo Sebrae como âncoras e terão recursos para preparar as demais. Haverá auditorias internas e uma externa, realizada pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). Teremos quatro classes para as incubadoras. O Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), com alguns ajustes em seus processos, estaria preparado para ser uma incubadora Classe 3 do Cerne. O próximo ano, portanto, será focado na melhoria de processos para a implantação do modelo, ou, como já passamos a denominar entre nós, a profissionalização das incubadoras.

A aproximação do capital, que começou muito bem neste ano, tende a se fortalecer em 2012. Com incubadoras mais preparadas e padronizadas, a ponte estará mais firme para ajudar o investimento nas empresas nascentes. Empresas mais preparadas na busca pelo capital facilitam a compreensão do modelo de negócio pelo investidor.

As incubadoras estão subsidiando as empresas com as informações necessárias sobre o mundo do capital. O que o empreendedor precisa para emplacar seu projeto é estudar, entender como funcionam os mecanismos de investimento e, principalmente, abrir sua agenda para eventos ligados a investidores anjos, venture capital, private equity e outros. É preciso prestar atenção, porque o fluxo de capital nunca foi tão intenso para o Brasil. Esses ativos estão em discussão e o Brasil é o país do momento para o investimento em inovação e em startups. Buscando sempre entender o que o investidor procura, nós, gestores de habitats de inovação, tentamos mostrar as providências que já estão ocorrendo nas incubadoras com os nossos empresários e, dessa maneira, tentamos evitar ao máximo os desencontros que frustram ambas as partes.

É fundamental, por fim, olhar o momento do mercado brasileiro frente aos grandes eventos esportivos e perceber as inúmeras oportunidades que estão sendo criadas com os bilhões de reais que já começam a circular na economia. O próximo passo é detectar os nichos de mercado mais promissores para as cidades, como mobilidade urbana, e aproximar nossas empresas das oportunidades certeiras. É importante lembrar que não existem limites. E tudo parte da necessidade de o empresário entender como preparar o terreno para fazer uma ideia virar negócio. No caso do Cietec, a nova aposta se chama São Paulo Ideias Novas (Spin), a incubadora de idéias que se inicia em janeiro de 2012. É uma parceria inédita entre os setores público e privado. Envolve a Prefeitura de São Paulo, o Cietec e as empresas juniores de instituições de ensino como USP, Insper, Mackenzie, PUC, FGV, Faap e ESPM.

A Spin visa a incubar ideias que surgem nas universidade e que, em muitos casos, acabam se perdendo no meio do caminho por falta de apoio ou excesso de burocracia. Ela será instalada em uma área de 350 metros quadrados no Cietec, destinada a cerca de 100 jovens e suas ideias inovadoras. Eles passarão por um processo seletivo e, uma vez dentro do Cietec, terão os mesmos benefícios das empresas incubadas, podendo, no decorrer do ano letivo, se capacitar, fazer networking, aprender a gerir sua ideia, transformá-la em um plano de negócio e, a partir daí, torná-la uma possível empresa qualificada a entrar diretamente na incubadora, após a graduação na universidade. O objetivo é criar um grande celeiro de oportunidades a serem pinçadas diretamente para a incubadora, para que nenhuma boa ideia seja desperdiçada.

Fonte: http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI282344-17166,00-TENDENCIAS+E+OPORTUNIDADES+PARA.html

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